Liz transforma. Sob esse forte conceito a marca de soutien Liz apresenta as suas fiéis clientes a sensação que irão sentir ao usar a peça íntima. Tá bom, concordo que não é tão brilhante (ou oportuno) como a idéia da W/Brasil para a Valisère em 1987. Mas eu consigo ver o rosto daquela garotinha envergonhada ao usar o soutien pela primeira vez e fazer um paralelo com esse anúncio aí do lado.
Porém, sinceramente não consigo imaginar como isso seria feito sem a ajuda do amigo inseparável de qualquer publicitário: o Photoshop.
A propósito, pesquisando sobre essa peça, descobri acidentalmente que em 2003, uma edição da revista Caras teve um longo encarte criado pela W/Brasil para a Valisère, que foi sua cliente até 1990. A peça que levava o título "O primeiro desrespeito a gente nunca esquece" era uma resposta ao anúncio da Wonderbra que fazia uma "sátira" ao conceito "O primeiro Valisère a gente nunca esquece" com a frase "O primeiro soutien a gente nunca...ih, esqueci".
A peça da W/ traz fotos e um extenso texto falando da campanha que ela criou para a marca em 1987 e que acabou virando uma das frases mais conhecidas da propaganda brasileira. O texto explica porque a Valisère se deu ao trabalho de publicar uma resposta tão longa dizendo "Porque não dá pra ver uma multinacional se apropriar de uma idéia brasileira e ficar quieto. (...) Porque é triste ver uma frase que entrou para o dia-a-dia do brasileiro ser deturpada dessa forma oportunista e grosseira. E sobretudo porque a Valisère é igualzinha às mulheres: não admite ser desrespeitada.
Esse anúncio foi feito em respeito a todas as mulheres brasileiras que jamais esquecerão a emoção de usar seu primeiro Valisère. E que, assim como a Valisère, vão fazer de tudo para esquecer aqueles que não nos respeitam", termina.
A agência também enviou um reprint do anúncio a clientes e imprensa especializada. Com a peça, foi enviada uma carta assinada por Washington Olivetto, em que ele explica o ocorrido e aponta um possível "reinício de relação" entre Valisère e W/Brasil.
Num P.S. o publicitário afirmou que não credita à agência, autora do anúncio da Wonderbra, que é a Z+ Comunicação, a responsabilidade pelo tom "grosseiro, ofensivo e oportunista" da peça, mas, sim, ao anunciante responsável pelo briefing e aprovação. Diz também que não credito à W/Brasil eventuais méritos do anúncio da Valisère, mas, sim, ao anunciante "que brifou e aprovou".
Só fico pensando se a moda pega, imagina quantos encartes como esse iriam pipocar por aí? Aqui mesmo, nesse singelo manicômio eu cultivo a nossa pequena área destinada as mais curiosas e incríveis chupadas publicitárias, e olha que tem muita peça parecida que que ainda não postei.
Clique aqui para assistir ao comercial da Valisère.
Fonte: Meio e Mensagem
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