Semana passada meus post foi sobre criatividade e hoje pretendo abordar o mesmo tema, mas de uma maneira diferente. Ultimamente li bastante artigos e matérias sobre as novas restrições que as campanhas de bebidas alcoólicas devem sofrer em breve, por isso meu post de hoje vai abordar o que eu chamaria de criatividade limitada.
Acho que como publicitários, ou futuros profissionais da área, temos de ter consciência de que somos formadores de opiniões, e que as campanhas criadas por nós podem, ou não, influênciar várias pessoas. Campanhas de bebidas alcoólicas devem ter um cuidado ainda maior, pois podem causar dependência, além de vários outros problemas que todos nós conhecemos bem. Agora, proibir o uso de animais porque uma criança pode associar este animal à bebida é um pouco de exagero. As campanhas do síri e da tartaruga eram fantásticas, foram super criativas (alguns dizem que foram plagiadas da Bud, mas isso não vem ao caso). Mas como todos sabem não se pode mais ter animais nas campanhas de bebidas alcoólicas.
Agora a Anvisa quer restringir ainda mais as publicidades para bebidas alcoólicas, querem desassociar a imagem de atletas e de personalidades conhecidas, como artistas e músicos, das bebidas. Já imaginaram como seria com o baixinho da Kaiser? Ele ficou conhecido nacionalmente por fazer campanha para uma cerveja, e depois seria proíbido de continuar a campanha por ter tornado-se uma personalidade conhecia por todos? afinal ele é reconhecido como um artista, todos que encontram-se com ele querem um autógrafo ou uma foto ao seu lado.
Tem uma palavra que acredito que seja maior que qualquer campanha publicitária, maior até que qualquer lei seja ela de onde for. Essa palavra é EDUCAÇÃO. Nós publicitários tentaremos, sempre, persuadir o nosso público a comprar os produtos de nossos clientes, mas jamais conseguiremos mudar a educação que os pais deram para seus filhos. Por isso se os filhos foram educados por seus pais de que a bebida alcoólica em excesso não é algo benéfico e que ela causa dependência, não é uma tartarugazinha ou um ídolo pop que vão convence-lá do contrário. Crianças começam a fumar e beber porque vêem seus amigos fazendo isso, e se eles se deixam influenciar pelas amizades não somos nós os responsáveis. São os pais, crianças geralmente têrm os pais como exemplos.
Volto a dizer, campanhas de bebidas alcoólicas devem ser tratadas com bastante cuidado, pois nossos objetivos como publicitários é persuadir o público a consumir o produto que estamos anunciando. Mas do jeito que a coisa anda, em breve estarão regulamentando até o nome das bebidas. E ai não há criatividade que consiga se sobressair diante de tantas restrições. Restrições que não vêem apenas de órgãos reguladores, mas também de consumidores que preferem proibir que seus filhos e netos vejam uma bunda em um comercial de cerveja, mas ao mesmo tempo aceitam e aprovam que eles escutem e dançem o funk da motinha e o axé da boquinha da garrafa.
Um dos publicitários que mais respeito no cenário nacional é o Zeca Martins, e uma frase escrita por ele em seu blog resume tudo o que eu já disse aqui, está lá com o título de “Eu acho” e um diálogo que diz:
- Ai, Maricota, que horror! Mostraram uma bunda no comercial de cerveja!
- Eu vi Genoveva. Uma imoralidade! Ainda bem que o comercial foi rapidinho e a programação voltou logo para o desfile das escolas de samba. Clique aqui para visitar o blog.
Depois dessa não é preciso dizer mais nada.
Deixem a opinião de vocês aqui ou no Portifólio Publicitário. Quinta-feira tem mais.
2 comentários:
Bom, quanto a educação, o buraco é mais embaixo e não me prolongarei pois não é o foco do post.
Já quanto a criatividade limitada, depende totalmente da capacidade do profissional. A Absolut é uma marca altamente conceituada e não mostra uma bunda sequer em seus anúncios.
Abraços!
Rafael Amaral.
www.semrotulo.com
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