23/08/2007

Merchandising na tv ameaçado

O Ministério Público está querendo intervir no merchandising que é praticado na tv, principalmente nas novelas.

Saiu na Folha de São Paulo que o procurador da República Fernando de Almeida Martins disse que o merchandising social inserido de forma sutil nos programas ou nas cenas de novelas é ilegal. Ele se baseou no artigo 36 do Código de Defesa do Consumidor, que determina a identificação imediata por parte do consumidor do que seja publicidade.

Quando falamos em merchandising televisivo, na maioria das vezes pensamos naquelas cenas constrangedoras em novelas onde os atores falam de forma totalmente forçada sobre as qualidades do produto x. O cliente deve até ficar satisfeito em ver um global falando sobre o seu produto, mas ele esquece que o “filho” da empresa é um intruso, encarado como um mal necessário para encher mais os cofres da emissora.

Um dos maiores “merchans” feitos em novelas, o da Citroen para a novela “Paraíso Tropical”, que durou nada menos que dois minutos e meio no ar e custou mais de R$ 1 milhão. Os atores que estavam em cena foram Fábio Assunção, Hugo Carvana e Yoná Magalhães, que levaram em torno de 25% do valor da ação como cachê. Já está prevista alguma cenas de Fábio dirigindo o automóvel da marca.

Mas nem todo merchandising praticado em novelas é tão chato e irrelevante. Existe o merchandising social, que levanta a bandeira de causas nobres, como Manoel Carlos e Glória Perez fizeram em algumas das suas novelas. Um das novelas, por exemplo, fez campanhas para encontrar pessoas desaparecidas.

Portanto, eu acredito que o joio do merchandising televisivo deve ser combatido, para o bem dos autores, que não serão mais obrigados a escrever cenas que não tem nada a ver com a trama e também para as marcas, que deixarão de ser encaradas como intrusas no programa favorito dos telespectadores.

Caio Costa, do Blogcitário - www.blogcitario.com

3 comentários:

Anônimo disse...

Não existe "merchandising social" nas novelas da globo. Acreditar nisso é ingenuidade. Esse tipo de coisa é realizada pra chamar atenção pra novelas que vão mal das pernas na audiência, além de transmitir uma imagem de responsável social, coisa que a rede globo não é!

O bom é que, no caso das pessoas desaparecidas, ajudou de fato as pessoas, mas não porque a globo é uma boa samaritana. Longe disso!

Anônimo disse...

"autores" como Manoel Carlos e Glória Perez no mínimo tem que usar seu espaço para colocar fotos de pessoas desaparecidas. Já que são medíocres pseudo-escritores, no mínimo tem que ajudar o espaço na tv que infelizmente lhes é reservado.

Eliel disse...

Realmente, nunca vi uma ação nesse sentido que se encaixasse com um mínimo de naturalidade numa novela ou filme. Aliás, acho que só serve para "queimar o filme" do anunciante, pela situação cômica/tosca que acaba gerando...