18/02/2008

Realidade

Publicidade é uma área recheada de glamour. Afinal em qual outra profissão existem tantas premiações nacionais e internacionais? Em qual profissão você pode ser considerado por todos como uma pessoa criativa? Em qual profissão você pode se reunir com seus colegas de trabalho para um brainstorm, trocar idéias sobre assuntos que envolvem cultura geral, cultura popular, preferências pessoais e, no fim, ainda criar um conceito de campanha? Pois é, tudo muito interessante e divertido, mas e o outro lado???

Todos os anos um caminhão de recém-formados chega ao mercado e o que encontra? O cenário descrito no parágrafo acima? Sim! Porém não todos, só aqueles que têm um tio, mãe, amigo, cunhado ou qualquer um que cave um buraco na grande panela que é esse mercado. Competência, comprometimento e até mesmo criatividade muitas vezes não são pré-requisitos para se conseguir algo. Mas o Network (nome mais chique que inventaram para substituir o popular “QI”) sim é o principal diferencial.

Vários “profissionais” pseudo-criativos estão por aí, empregados em agências e realmente acreditando que são os novos washingtons olivettos da publicidade. Pessoas que quando recebem o portifólio de candidatos para uma entrevista de estágio lêem um parágrafo de um anúncio alltype e simplesmente ignoram o resto do texto, tamanha a má vontade e arrogância. Afinal pra que eles leriam o resto se eles são os “caras”?

Mas e os que conseguem um estágio ou emprego, seja por QI ou por merecimento real? Trabalham horas e horas, dando o suor, a fome e o tempo para as agências que lhes deram uma oportunidade. Em troca ganham salários dignos de uma piada do zorra total.


É claro, isso não se aplica a profissionais estabelecidos e de reconhecida competência. Muitos poderão argumentar: Mas o que você quer afinal, começar de cima? Quer moleza logo no começo da carreira? Não meus amigos, só critérios de seleção mais justos e respeito a jovens profissionais! E também, embora isso seja quase impossível, a extinção de figuras egocêntricas, figurinhas fáceis nesse mundo tão fascinante que é a publicidade.

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